sábado, 15 de março de 2014

A LIÇÃO DE RUI BARBOSA QUE ESTÁ CADA VEZ MAIS ATUAL


 Vejam meus leitores e seguidores,  como o DISCURSO DO SENADOR RUI BARBOSA do início dos anos 90 parece mensagem para os nossos dias, como para o STF, para os políticos desonestos, para a impunidade, para o comando do tráfico com a insegurança pública total, enfim, para as manobras eleitoreiras do PT para se manter a todo custo sempre no poder... 
 
O poema-discurso de Rui Barbosa, como Senador em 1914, apresentado a seguir, é uma grande lição, para refletir, para cada brasileiro que representa o povo em função pública, qualquer que seja ela.                    

SINTO VERGONHA DE MIM    

Sinto vergonha de mim
por ter sido educador de parte desse povo,        
por ter batalhado sempre pela justiça,
por compactuar com a honestidade,
por primar pela verdade
e por ver este povo já chamado varonil
enveredar pelo caminho da desonra.

Sinto vergonha de mim
por ter feito parte de uma era
que lutou pela democracia,
pela liberdade de ser
e ter que entregar aos meus filhos,
simples e abominavelmente,
a derrota das virtudes pelos vícios,
a ausência da sensatez
no julgamento da verdade,
a negligência com a família,
célula-mater da sociedade,
a demasiada preocupação
com o "eu" feliz a qualquer custo,
buscando a tal "felicidade"
em caminhos eivados de desrespeito
para com o seu próximo.

Tenho vergonha de mim
pela passividade em ouvir,
sem despejar meu verbo,
a tantas desculpas ditadas
pelo orgulho e vaidade,
a tanta falta de humildade
para reconhecer um erro cometido,
a tantos "floreios" para justificar
atos criminosos,
a tanta relutância
em esquecer a antiga posição
de sempre "contestar",
voltar atrás
e mudar o futuro.

Tenho vergonha de mim
pois faço parte de um povo que não reconheço,
enveredando por caminhos
que não quero percorrer...

Tenho vergonha da minha impotência,
da minha falta de garra,
das minhas desilusões
e do meu cansaço.

Não tenho para onde ir
pois amo este meu chão,
vibro ao ouvir meu Hino
e jamais usei a minha Bandeira
para enxugar o meu suor
ou enrolar  meu corpo
na pecaminosa manifestação de nacio
nalidade.

Ao lado da vergonha de mim,
tenho tanta pena de ti, povo brasileiro!

"De tanto ver triunfar as nulidades,
de tanto ver prosperar a desonra,
de tanto ver crescer a injustiça,
de tanto ver agigantarem-se os poderes
nas mãos dos maus,
o homem chega a desanimar da virtude,
a rir-se da honra,
a ter vergonha de ser honesto".

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