Apesar
de ter sido seminarista e lecionar Teologia, ocupo no momento somente algumas funções de
lideranças espirituais informais na igreja em que congrego, por isto estou à
vontade para falar do meu principal ministério como verdadeiro cristão – aquele
que escolhe um modo de vida com fé, amor e princípios. Não gosto também de
chamar isto de um evangelismo para converter almas, pois só podemos dar uma
palavra e, o mais importante, ter um testemunho de vida coerente com aquela
opção. A aceitação do que falamos e transmitimos é obra única e exclusiva do
Espírito Santo. Sobre esta minha postura afirmo sempre que sou um cristão
que não gosta de religião, o que vai ficar mais claro com este meu texto.
Quero
logo falar o porque coloquei no título as "doutrinas" consideradas
por muitos como radicalmente antagônicas ou totalmente diferenciadas. Alem dos
meus estudos fui como a maioria dos remanescentes da minha família ainda é,
católico, o que me acrescenta conhecimentos práticos a este respeito. Considero
que o catolicismo como doutrina/religião cristã começou muito mal e agora está
melhorando bastante. Já o protestantismo, fundado pelo padre Martinho Lutero,
começou bem e tem piorado em muito nos seus propósitos. Vamos explicar isto nos dois
parágrafos seguintes.
O catolicismo
foi obra do rei romano Constantino que levou a crença dos cristãos que no
início eram chamados de povo do caminho para os palácios. E para agradar a
realeza e elitizar a crença popular criou vários rituais e doutrinas,
destacando-se a liderança magna e perfeita do bispo de Roma que viria a ser considerado o Papa da Igreja, o purgatório e as indulgências que deveriam ser
pagas, assim como as missas para os mortos, pois quanto mais se prestasse este
ritual mais se garantia a salvação do defunto. Todos sabem da intenção dos
Católicos Apostólicos Romanos de estabelecer a participação dos fieis para a
manutenção luxuosa de sua sede e da maioria das suas paróquias. Isto e mais algumas práticas que não são
bíblicas representaram o mau começo da Igreja católica que não significa deixar
de ter fé em Cristo. Por outro lado, presenciei quando congregava numa Igreja
protestante da cidade do Rio de Janeiro um inédito relacionamento destas
Igrejas para que os católicos ensinassem aos protestantes o trabalho denominado
de ENCONTRO DE CASAIS COM CRISTO. A divulgação deste bom trabalho, já adaptado
aos conceitos evangélicos, em nossa cidade, deu origem ao GIFCT – Grupo
Interdenominacional da Família Cristã Teresopolitana. Logo em seguida àquele
relacionamento surgiu o grupo com predominância de jovens denominado de
CARISMÁTICO. A Igreja Católica, usando sua experiência a respeito, não sei há
quanto tempo desenvolve também um ótimo encontro de jovens denominado NO CAMINHO DE
EMAÚS, alem da abertura de alguns Padres na forma de louvar a Deus mais animada,
promovendo o congraçamento alegre dos católicos de forma mais evangelística
demonstrando, para nós, a melhora sensível do seu posicionamento cristão,
apesar de faltar ainda conseguir uma maior exclusividade dos princípios
bíblicos.
Já o
protestantismo tão fiel ao que consta no "Manual do Criador" passou a
piorar a partir do excesso de denominações "modernas" ou
neo-pentencostais (pentecostais desiquilibradas) que querem crescer como organização
– prioriza a quantidade através do marketing e do uso da mídia
principalmente a televisiva – em vez de crescer como organismo – onde o
mais importante é a qualidade e a união de suas partes, a importante comunhão
como corpo de Cristo. Duas das maiores destas denominações que priorizam a
colheita financeira que muito se assemelham à pretensão luxuosa do início da
Igreja Católica e os milagres de curas estão em constante "guerra" de
espaço na TV, no tamanho de suas instituições e nos grandes eventos populares
em áreas livres. Isto para mim é um grande problema do protestantismo como um
todo que tende a aumentar à medida que não atendam ao que Jesus continua
dizendo ou gritando em Lucas 9.23: "Quem quiser vir após mim, negue-se a
si mesmo (combata o seu ego), dia a dia tome a sua cruz e siga-me".
Poderia ir
mais longe, mais acredito ser o suficiente para justificar porque não gosto de
religião da forma que expliquei e tenho meus prós e contras aos dois maiores
grupos de cristãos, e isto não significa que os que concordam comigo e
congregam em igrejas que priorizam estes princípios que Jesus está bradando de
forma tão zangada quanto aquela em que ele expulsou os vendilhões do templo,
continuem com sua fé, orando para que o quadro se transforme ou volte às suas
origens de Atos dos Apóstolos.
Prof. Angelo M. Moreira da Rocha