segunda-feira, 29 de outubro de 2012

NOSSA LUZ SOBRE A POLÊMICA DA CIRCUNCISÃO

Acompanhando as boas colunas do jornalista Hélio Schwartsman da Folha de São Paulo, encontrei a poucas semanas atrás a sua opinião no que chamou de Guerra de circuncisão. Vou transcrever a parte principal desta coluna para depois acrescentar a minha visão sobre o assunto:
"Na Europa e nos EUA, jornais não cessam de debater a circuncisão (corte e retirada do excesso de prepúcio do penis de crianças recém-nascida adotado pelo povo judeu desde a antiguidade). O pretexto é a decisão de uma corte alemã de considerar que a realização do procedimento por razões não médicas constitui uma forma de lesão corporal sendo, portanto, punível criminalmente. A sentença revoltou as comunidades judaica e islâmica da Alemanha.
De minha parte (atesta aquele cronista), como bom judeu ateu, poupei meus filhos desse cruento ritual primitivo, mas não pretendo que minhas escolhas pessoais sejam universalizáveis.
Os militantes anticircuncisão mais aguerridos a equiparam à excisão do clitóris, mas a comparação é enganosa. A clitorectomia tem o objetivo de fazer com que a mulher não sinta prazer no ato sexual. As repercussões da circuncisão masculina são bem menos dramáticas. Assemelham-se mais a marcas de outros ritos iniciáticos como tatuagens e escarificação. Há até trabalhos sugestivos de que ela traz benefícios, como a redução do risco de câncer e DTS (aspectos higiênicos também são incluídos).
Esses, entretanto, me parecem argumentos secundários. O que está realmente em jogo aqui é até que ponto pais podem tomar decisões em nome de seus filhos. E eu receio que, mesmo admitindo que por vezes os genitores não fazem as escolhas mais sábias, não temos outro caminho que não confiar a eles a tarefa de cuidar dos rebentos. Não dá para interferir a todo instante nessa relação com a mão pesada e impessoal do Estado.
É preferível reservar a intervenção, que pode ser legítima, para situações mais graves, nas quais a vida ou a saúde da criança estejam seriamente ameaçadas. Pais são, por razões evolutivas, os melhores guardiães para seus filhos."

Respeitando, como  fiz em outra oportunidade,  a origem e crença do amigo jornalista, quero, antes de colocar algum elemento que considero uma luz sobre o assunto da circuncisão, dizer que acredito que você seja mais agnóstico do que ateu. Isto porque me parece evidente a sua rejeição às religiões principalmente pela intenção de formação de grandes conglomerados que usam de todos os expedientes para conquistar adeptos e impor suas doutrinas e rituais. Neste aspecto estou de pleno acordo contigo, dentro do que já reiterei neste Blog, considerando a religião como o mal do século. No entanto eu sou cristão porque para mim isto significa um estilo de vida exclusivamente com um grande amor a Deus, fé em sua existência e prática de princípios coerentes com isto.
Dito isto, o primeiro raio de luz vem do que Moisés na peregrinação do povo judeu, registrou em Deuteronômio 30.6: "O Senhor, teu Deus, circuncidará o teu coração e o coração de tua descendência, para amares o Senhor, teu Deus, de todo o coração e de toda a tua alma, para que vivas."
Isto significa a importância e supremacia dos valores interiores a uma marca corporal externa. Mais adiante, Paulo que nasceu em Tarso mas foi criado em Jerusalem, deu seu testemunho de que era um homem carnal que confiava na circuncisão física, seguidor da lei e perseguidor do povo de Deus. Trocou tudo isto pelo sublime amor de Deus que o marcou quando do conhecimento de Seu filho Jesus Cristo, fazendo-o declarar em Romanos 2.28,29: "Porque não é judeu que o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente (origem e sentimento), e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens (como aquelas religiões impostas), mas de Deus."     

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