sexta-feira, 14 de outubro de 2011

PARA O DIA DO PROFESSOR: A PAIXÃO DO MAGISTÉRIO

Desejo prestar homenagem à grandeza de uma postura ideal deste profissional, lembrando que nenhum empecilho pode macular o papel marcante e relevante do professor em qualquer sociedade.
Professores e professoras apaixonadas acordam cedo e dormem tarde, convencidos pela idéia fixa de que podem mover o mundo. Apaixonados, esquecem a hora do almoço e do jantar, estão preocupados com as múltiplas formas que debilitam as inteligências.
Às vezes nem se dão conta que estão apaixonados pela arte de ensinar, que é a arte de dar contexto a todos os textos. Não há pretextos que justifiquem, para os professores apaixonados, um grau a menos de paixão, e não vai nisso nem um pouco de romantismo barato. Este apaixonar-se sai caro, às vezes não dá nem para manter um carro antigo. Os professores apaixonados, com ou sem carro, buzinam no silêncio comodista, dão carona para os alunos que moram mais longe do conhecimento, saem cantando o pneu da alegria. Os olhos dos professores apaixonados brilham quando, no meio de uma explicação, percebem o sorriso do aluno que entendeu algo que ele mesmo, professor, não esperava explicar. Fazem da sala de aula um espaço harmônico de convivência humana, que demonstra como é ruim viver sem amor, ensinar sem paixão.  Dá pena ver o professor desapaixonado, sonhando acordado com a aposentadoria, contando nos dedos os dias que faltam para as suas férias, catando no calendário os próximos feriados.                                                                                                                                                              Os professores apaixonados sabem muito bem das dificuldades, do desrespeito, das injustiças, até mesmo dos horrores que há na profissão. Mas o acréscimo de um salário imaterial que Deus garante ao bom professor lhe permite uma qualidade de vida preciosa. Assim o professor apaixonado continua amando apaixonadamente sem nunca perder a fé, palavra pequena que não se dilui no café fraquinho da sala dos professores, nem se apaga como um traço de giz antigo ela é firme e consciente.                                                                                                                                              Ter fé impede que o medo esmague o amor, que as alienações antigas e novas substituam a lúcida esperança. Dar aula não é contar piada, mas quem dá aula sem humor “não está com nada”. Ensinar é uma forma de oração. Não essa oração de chacoalhar de palavras sem sentido ou jargões repetidos, com voz melosa ou ríspida. Tem que ser uma oração do fundo do coração, repleta de sinceridade, humildade e altruísmo como esta:
Dai-me, Senhor, o dom de ensinar, dai-me esta graça que vem do amor.
Mas, antes do ensinar, Senhor, dai-me o dom de aprender;
Aprender a ensinar, aprender o amor de ensinar.
Que o meu ensinar seja simples, humano e alegre, como o amor.
De aprender sempre, para que persevere mais no aprender do que no ensinar.

Que minha sabedoria ilumine e não apenas brilhe. Que o meu saber não domine ninguém, mas leve à verdade.
Que meus conhecimentos não produzam orgulho, mas cresçam e se abasteçam da humildade.
Que minhas palavras não firam e nem sejam dissimuladas, mas animem as faces de quem procura a luz.
Que a minha voz nunca assuste, mas seja a pregação da esperança que pode ser bem enfática.
Que eu aprenda que quem não me entende, precisa ainda mais de mim;
E que nunca lhe destine a presunção de ser
melhor. Dai-me, Senhor, também a sabedoria do desaprender;
Para que eu possa trazer o novo, a esperança, e não ser um perpetuador das desilusões.
Dai-me, Senhor, a sabedoria do aprender, entender e conhecer;
Deixai-me ensinar para distribuir a sabedoria espiritual (*) do Seu majestoso amor.

(*) Sobre Sabedoria espiritual, Salomão, o homem que a recebeu em maior intensidade e diretamente de Deus deixou sua experiência registrada em Provérbios 2.4,5 e Eclesiastes 12.11-13, da forma como também Isaias profetizou que repousaria esta sabedoria em plenitude no Renovo, nosso Mestre Jesus: Isaias 11.2.

Prof. Angelo M. Moreira da Rocha                                                                                  

Um comentário:

  1. Meu eterno mestre, que você continue tendo toda a inspiração nesta arte de ser professor e inspirador daqueles que estão iniciando o seu sacerdócio educacional. Deus te abençoe!

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