Conta-se que o Dr. Moura Brasil alcançou muito cedo, por raro mérito, a celebridade e a fortuna. Ele sabia reunir a ciência à sabedoria como poucos. Nele o cérebro do médico era capacitado e o coração do homem compadecido. Inúmeros foram os doentes que, por suas mãos, recuperaram o dom de ver o mundo, a natureza e tudo mais.Nem todos talvez merecessem este milagre. Entretanto, em sua bondade, o mestre não entrava no mérito da questão quando colocava em prática sua capacidade profissional. Assim de forma mais expressiva ainda agia diante dos menos favorecidos, jamais soube divisar seus interesses pessoais.
Certa
ocasião atravessava a Rua do Ouvidor no Rio de Janeiro, quando lhe chegou
aos ouvidos um lamentoso lamuriar:
- Ajudem,
por favor, um pobre cego! Uma esmolinha pelo amor de Deus !
Ao mesmo
tempo que estendia a mão para lhe dar o auxílio pedido, disse-lhe Dr. Moura
Brasil com todo o interesse que lhe era peculiar:
- Quer que
eu o ajude mesmo? Não gostaria de voltar a ver de novo?
- É tudo
quanto eu posso desejar! Mas, quem no mundo me daria essa alegria? Veja a minha
condição de extrema pobreza - gemeu o cego.
- Bem, seu
caso pode ser difícil, mas não impossível. Vá amanhã à minha clínica e
forneceu-lhe o endereço e adiantou informações que facilitassem o acesso do
cego.
Como era
de se esperar, o cego apressou-se em seguir aquela pálida esperança. Moura Brasil
examinou-o, e, com uma intervenção notável, corrigiu a anomalia que lhe impedia
a visão. Uma pequena demora de
alguns dias e a venda foi retirada. O homem que fora cego se deslumbrou com o
mundo. Sem poder fazer qualquer outra coisa, comovidíssimo, agradeceu ao grande
oftalmologista.
Tempos
mais tarde, entretanto, o seu médico cirurgião, tendo de transitar outra vez
pela mesma Rua do Ouvidor, ali encontrou
o velho paciente,
esmolando de novo.
Então, espantado, indagou:
- Como pode
ser isto? O senhor outra vez aqui?
Voltou-lhe acaso a cegueira?
- Oh!
não, senhor doutor. Eu enxergo com
perfeição. Mas continuo esmolando porque
agora já não há mais como
me acostumar com outra atividade para ganhar a vida...
É uma questão
de circunstâncias, entende, doutor ?
E dessa
vez, apesar de toda
habilidade do famoso oftalmologista, ele nada mais pôde fazer.
O
apóstolo Pedro classifica de plenamente cega aquela pessoa que não procura ver
um pouco mais além, através da fé, do
amor, da esperança, do
conhecimento e de vários outros atributos que, se cultivados, nos permitem ver
o porvir, imaginar e sentir o invisível!
Mas,
parece-nos que há muita gente tão habituada à cegueira que, se lhes abrirem os
olhos, elas serão capazes, ainda assim, de continuar vivendo como se cegas
fossem... Era, de fato, aquele
homenzinho, o pior cego:
porque era aquele que não queria ver... e nem trabalhar.....
Prof. Angelo M. Moreira da Rocha
no evangelho de Marcos cap. 8, nos ensina que ainda existem crentes que enxergam, mas de uma forma nebulosa, e precisam do 2º toque de Jesus, para enxergar tudo com perfeição, só pela graça do Senhor Jesus seremos salvos!
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