quarta-feira, 18 de novembro de 2009

FAMÍLIA SENTIMENTOS V - A brincadeira infantil...


A família sentimentos continua em ação, pois ela não é fictícia como se pode pensar e permanece vivendo “a todo o vapor”. Você mesmo pode reconhecer alguns dos seus membros agindo em qualquer pessoa, o que não é coincidência e sim providência do seu Padrinho Especial e nosso Criador Eterno que nos permite conhece-los e, quem sabe, ajudar alguns deles.
Agora vamos ver o que acontece quando a Paixão resolve convidar seus parentes para tomarem um café acompanhado de tentadores biscoitinhos em sua casa. Todos os convidados compareceram. Após tomarem o café, a Paixão propôs:
- Vamos relembrar nossos tempos de criança e brincar de esconde-esconde?
- O que é isso? Perguntou logo a Curiosidade, parecendo não ter tido infância direito.
- Esconde-esconde é uma brincadeira em que eu conto até cem e vou procurar. O primeiro a ser encontrado será o próximo a contar e o último ganha um beijo, explicou a Paixão.
Todos acenaram afirmativamente, aceitando a brincadeira, mesmo que alguns tenham demonstrado pouca convicção em sua decisão de participação.
Mal a Paixão começou a contar até cem, a Alegria foi a primeira que correu lépida e saltitante, para o meio do jardim procurando uma moita; já a Tristeza começou a chorar, pois não achava um local apropriado para se esconder, concluindo que não havia espaço para ela. A Inveja acompanhou o Sucesso e se escondeu muito satisfeita perto dele, atrás de uma pedra.
A Paixão continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo. O Desespero ficou apavorado ao ver que a Paixão já estava no noventa e oito, noventa...
Cem! Gritou a Paixão: - Acabou a contagem, vou começar a procurar, quero achar todos vocês!
A primeira a aparecer foi a Curiosidade já que não agüentava mais, querendo saber como a Paixão reagiria ao achar o primeiro e quem seriam os próximos. A Paixão não deu muita "bola" para ela e, ao olhar para o lado, viu a Dúvida em cima do muro, sem saber em qual dos lados se esconderia melhor. Outro que apareceu logo foi o Orgulho dizendo:
- Esta brincadeira não é para nós. Eu e minha irmã Vaidade não somos de nos esconder.
E assim foram aparecendo um a um, a Alegria foi denunciada pela risada constante, a Tristeza, encolhida num canto choramingava para variar, a Timidez pode ser vista atrás de um pano branco pelo rubor encabulado de sua face...
Quando parecia que estavam todos encontrados e reunidos, a Sabedoria perguntou:
- Onde está o Amor?
Ninguém o tinha visto. A Paixão ficou preocupada e começou a procurar, dizendo:
- Mas, logo o Amor! Ele tem que aparecer. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo e atrás das pedras e nada do Amor aparecer. Olhando para todos os lados, a Paixão viu uma roseira, pegou um pauzinho, começou a procurar entre os galhos, e de repente ouviu um grito. Era o Amor, gritando por ter sido empurrado por aquele pedaço de pau, fazendo com que ele furasse um dos seus olhos num espinho.
A Paixão não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu servi-lo para sempre, acompanha-lo ou fazer a sua vontade seja qual fosse.
O Amor, apesar de passar a enxergar muito pouco, aceitou as desculpas, mas não quis a companhia permanente da Paixão com ele. Mesmo assim, até hoje, a Paixão sempre desponta junto com o Amor quando ele aparece e o torna de certa forma, cego. No entanto, com a intervenção daquele que se tornou um velho amigo da família desde que tinham saído daquela ilha onde moravam, o Dr. Tempo, o Amor acabou por ser curado. Passou a enxergar tudo, e cresceu livre da Paixão que, apesar de continuar tentando andar junto com o Amor, foi se encontrar com a Loucura, sua amiga íntima que não teve equilíbrio para participar desta brincadeira, saudável de mais para ela.

Em 18.11.09 - Prof. Angelo M. Moreira da Rocha

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