Os relacionamentos mais íntimos podem adoecer. As
amizades mais próximas podem se acidentar nos rochedos das decepções e das
mágoas. As palavras de amor podem ser substituídas pelas acusações ferinas; os
abraços fraternos podem ser trocados pelo afastamento gelado; a alegria da
comunhão pode ser perturbada pela tristeza da mágoa.
Os relacionamentos adoecem na família, no trabalho e na
igreja. Pessoas que andaram juntas e comungaram dos mesmos sentimentos e ideias,
afastam-se. Cônjuges que fizeram votos de amor no altar ferem um ao outro com
palavras duras. Amigos que celebravam juntos as venturas da vida distanciam-se.
Parentes que degustavam as finas iguarias no banquete da fraternidade recuam
amargurados. Irmãos que celebravam festa ao Senhor no mesmo altar, apartam-se
tomados por gélida indiferença, às vezes aguçada pela competição pessoal.

Devemos começar reconhecendo nossa própria culpa na
quebra desses relacionamentos. É mais fácil acusar os outros do que descobrir e
aceitar nossos próprios erros. É mais fácil ver as falhas dos outros que
admitir as nossas próprias. É mais cômodo recolher-nos na caverna da autopiedade
do que reconhecer com honestidade a nossa própria culpa. A cura dos
relacionamentos prejudicados começa com o correto diagnóstico das causas que
provocaram as suas feridas. E um diagnóstico honesto passa pela admissão
da nossa própria culpa, seja qual for a sua parcela no problema.

Não podemos garantir, apesar de ser muito bom, que
apagamos do registro da memória toda ofensa e quebra de relacionamentos. Porem,
ao lembrar delas, podemos também sentir a alegria da cura dos relacionamentos
no banquete da reconciliação que Deus nos possibilita.