terça-feira, 14 de maio de 2013

SIMPLIFICANDO A ECONOMIA E O QUE FAZ QUEM TEM “A FACA E O QUEIJO NA MÃO”

Novamente utilizo um artigo do jornalista com quem mantenho correspondência eletrônica – Hélio Schwartsan da Folha de São Paulo – que diz assim em sua crônica de 05.05.13:

“Consideramos ciência tudo o que acadêmicos publicam, sem levar em conta as especificidades dos diversos ramos do saber. Enquanto a física me permite prever com precisão a que hora será a segunda maré cheia em Santos em 28 de setembro de 2013, a economia e as demais ciências sociais ficam muito aquém disso. No atual estágio de desenvolvimento, estudos e modelagens econômicos valem tanto por seus erros como por seus acertos, à medida que nos permitem entender melhor os fenômenos e distinguir princípios causais de ruídos ideológicos”.                                                                        Aproveitando a colocação do amigo jornalista quero, ao final de anos suficientes para minha aposentadoria didática tanto no campo da Economia, como no da Sociologia, além da Administração, concordar com o fato das análises macroeconômicas partirem de probabilidades concentradas em estatísticas cujas variáveis não se encontram no campo do domínio de conhecimentos exatos e/ou científicos. Porem axiomas imediatos como o da oferta e procura, onde a reação na ponta da cadeia econômica é imediata, do tipo, se está mais caro compro outra coisa ou em menor quantidade.                                                    Isto é tão óbvio quanto o que já se ouvia quando eu era estudante: Se você quer organizar o que gasta em função do que recebe, visando acumular uma poupança, você calcula suas contas e, conforme a complexidade, deve se valer de um economista e das estatísticas do mercado financeiro, mas se você gasta mais do que recebe não há economista que resolva seu problema...                                                                                                                        A partir destas premissas que simplificam a economia, as modelagens econômicas estão realmente expostas a erros e acertos conforme a possibilidade de evitar as incertezas que são problemas desconhecidos e administrar os riscos que são problemas conhecidos, evitando neste último caso preferível os ruídos de origens que eu diria ideológicas, políticas e até as técnicas que são as de menor imprevisibilidade e maior domínio. 
                         Concluindo com um caso concreto, todos nós sabemos que quem tem a faca e o queijo na mão quanto aos problemas macroeconômicos é o Governo. E o nosso ainda está influenciado, além da acertada meta de controle inflacionário, pelo MITO DA REDUÇÃO DO DEFICIT PÚBLICO. A este respeito muitos economistas americanos ficaram em situação difícil e estão aceitando as críticas a esta tese. A prática ilumina a economia, como no caso dos países europeus em crises econômicas – Grécia, Espanha e Portugal - que resolveram “cortar na carne” reduzindo o deficit público, trazendo uma “inflamação” no tecido social, revoltas populares e nenhuma melhora em suas situações econômicas. Ficou provado que o simples corte no verdadeiro deficit público – isto é, não considerando as “gorduras” da corrupção e dos salários absurdos dissociados do mercado privado que frequentemente temos no Brasil (onde o cozinheiro de carreira no Senado tem salário de R$ 15.000,00 e o do cafezinho oito mil reais, além do número dos nossos Ministérios ser, por enquanto, quatro vezes maior do que existe nos EUA) – não resolve a situação econômica de um país e trás consequências negativas na sociedade e no PIB.

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