quarta-feira, 21 de abril de 2010

A FORÇA DO AMOR

Preparavam-se os noivos para o casamento, quando os pais da jovem descobriram que o pretendente à mão da filha era freqüentador assíduo de casa de jogos. Decidiram então se opor tenazmente à realização do matrimônio, a pretexto de que o homem que se dá ao vício do jogo, jamais pode ser um bom marido. Mas, a jovem, acabou por vencer-lhes a resistência e casou-se.
Nos primeiros dias de vida conjugal, o homem portou-se como um marido exemplar. Pouco a pouco, porém, renascia-lhe, cada vez mais, o desejo de voltar à mesa de jogo. Certa noite, incapaz de resistir a pressão do vício, retornou ao convívio de seus antigos companheiros.
No lar, a esposa, sentada em uma cadeira de balanço, aguardava o regresso do marido que tardava. Embora ocupada com alguns trabalhos de bordado, tinha a mente presa aos ponteiros do relógio, cujas horas pareciam suceder-se cada vez mais lentas. Já era quase uma hora da madrugada, quando o marido abriu a porta da sala. Visivelmente irritado com o surpreender a companheira ainda em vigília, pois via nisso ostensiva censura à sua conduta, interrogou-a asperamente :
- Que fazes aí, a estas horas ?
- Entretenho-me com este bordado, respondeu ela, imprimindo à voz ternura e bondade.
- Não vês que é tarde ?
- Sinceramente, distraída como me achava, não havia atentado para o adiantado da hora.
E, sem dar maior importância à ocorrência, foi ela deitar-se.
No dia seguinte, à noite, repetiu-se a cena. O marido ausentou-se e a esposa, já ciente do que se passava, pôs-se de novo a esperá-lo orando à Deus. Quando ele chegou lá pelas duas da madrugada, encontrou a companheira de pé. Então, num brado de cólera, bradou :
- Que é isto ? Outra vez acordada ? !
- Sim, não quis que fosse deitar-te, sem que fizesses uma ligeira refeição. Preparei-te um chá com torradas e aqui o tens quentinho ! Espero que aprecies. E, sem indagar do marido onde estivera e o que fizera até aquelas horas, a boa esposa beijou-lhe carinhosamente a fronte e recolheu-se ao leito.
Na terceira noite, nova ausência do marido e nova espera da esposa. Próximo da hora de costume, entrou ele e, antes que se insurgisse contra a atitude da companheira, esta se lhe prendeu no pescoço num afetuoso abraço, e exclamou :
- Querido, Dona Antonieta, nosso vizinha, ensinou-me a receita de uma bolo delicioso e eu não queria que te deitasse, sem que antes provasses dele.
A ocorrência repetiu-se por várias vezes, com visíveis e crescentes preocupações para o marido. Na mesa de jogo, tinha o pensamento menos preso às cartas do que à esposa que o esperava pacientemente, como um anjo da paz. Começou, então, a experimentar uma sensação de vergonha, ao mesmo tempo que de indiferença e quase repulsa por tudo quanto o rodeava ali, porque já era mais forte do que o vício o amor por aquela criatura que nele operava tão radical transformação. De olhar vago e distante, como se tivesse diante de si outro cenário, levantou-se abruptamente, cedendo a um impulso quase automático, e retirou-se, com uma expressão que parecia dizer BASTA !, para nunca mais voltar ...

Diz a palavra de Deus em I Pedro 3.1,2: “Mulheres, sede vós, igualmente submissas a vosso próprio marido, para que, se ele ainda não obedece à palavra, seja ganho sem palavra alguma, por meio do procedimento de sua esposa, ao observar o vosso honesto comportamento cheio de amor.” . Esta é a verdadeira força que quebra barreiras, dobra as resistências e muda até os temperamentos, precisamos todos nós aprender a usá-la nas diversas situações que a vida nos coloca.
Prof. Angelo M. Moreira da Rocha



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