sábado, 20 de março de 2010

UMA BRASILEIRINHA ESPECIAL


O patriotismo de uma jovem de Joinville, 14 anos, usando a letra do Hino Nacional para mostrar o seu amor pelo Brasil demonstrou, ao nosso ver, uma comovente sensibilidade que, apesar de infantil, mostrou-se portadora de uma formação intelectual prematura. Isto para não deixar de ressaltar que nos dias de hoje já não se nota mais a intenção de ensinar às crianças, desde cedo, a conhecer e cantar o hino nacional, mesmo com toda a sua linguagem rebuscada e  tradicional da literatura de outras épocas.
A oportunidade apareceu quando se estabeleceu um concurso de redação na rede municipal de ensino daquela cidade. O  tema/título recomendado pela professora foi: 'Dai pão e não uma pedra a quem tem fome'. Havia uma intenção de aproveitar acontecimentos recentes de criminalidade com demonstração de crueldade, envolvendo principalmente os mais necessitados, o que é uma realidade dos nossos dias em todos os grandes centros urbanos do país.

E a menina conquistou o primeiro lugar. Para isto, sem abandonar o tema sugerido, inspirou-se exatamente na letra de nosso Hino Nacional nesta demonstração pura de preocupação e amor pelo país que é também uma lição de sentimento cívico e de muita criatividade:
"Certa noite, ao entrar em minha sala de aula, vi num mapa-múndi, o nosso Brasil chorar:
O que houve, meu Brasil brasileiro? perguntei-lhe!

E ele, espreguiçando-se em seu berço esplêndido, esparramado e verdejante sobre a América do Sul, respondeu chorando, com suas lágrimas amazônicas: Estou sofrendo... Vejam o que estão fazendo comigo.... Antes, os meus bosques tinham mais flores e meus seios mais amores...

Meu povo era heróico e os seus brados retumbantes.

O sol da liberdade era mais fúlgido e brilhava no céu a todo instante...

Onde anda a liberdade, onde estão os braços fortes?

Eu era a Pátria amada, idolatrada... Havia paz no futuro e glórias no passado...

Nenhum filho meu fugia à luta... Eu era a terra adorada e dos filhos deste solo era a mãe gentil...

Eu era gigante pela própria natureza, que hoje devastam e queimam, sem nenhum homem de coragem que às margens plácidas de algum riachinho, tenha a coragem de gritar mais alto para libertar-me desses novos tiranos que ousam roubar o verde louro de minha flâmula...

Eu, não suportando as chorosas queixas do Brasil, fui para o jardim. Era noite e pude ver a imagem do Cruzeiro que resplandece no lábaro que o nosso país ostenta estrelado...

Pensei... Conseguiremos salvar esse país sem braços fortes?

Pensei mais...

Quem nos devolverá a grandeza que a Pátria nos traz?

Voltei à sala, mas encontrei o mapa silencioso e mudo como uma criança dormindo em seu berço esplêndido...."

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